Uma breve síntese do que foi notícia no mundo da ornitologia e da observação de aves em Março de 2016.
No Brasil…
[Fundação Florestal – Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo] A Portaria Normativa FF / DE nº 236/2016 regulamenta as atividades de observação de aves nas Unidades de Conservação do Estado de São Paulo. O documento estabelece, entre outras coisas, autorização para fotografar (fins não comerciais), uso moderado de flash e playback e a possibilidade da entrada de observadores de aves em horários especiais.
[Aves de Rapina Brasil] Aves de rapina como propagadoras de incêndios: verdade ou mito? Incêndios podem representar uma ótima oportunidade de caça para aves de rapina. Há relatos de que algumas destas aves ajudariam a propagar incêndios justamente com este propósito. O assunto tem sido muito comentado nas redes sociais e fóruns de ornitologia.
[Conexão Planeta] Emilie Snethlage, cientista pioneira no Brasil: uma mulher inspiradora. No mês das mulheres a homenageada do blog Avoando é esta ornitóloga alemã que viveu grande parte da vida no Brasil e deixou um enorme legado.
[FolhaPe] Migração de aves ameaçada em Itamaracá. Um banco de areia ao sul da ilha de Itamaracá (PE) costumava servir de ponto de parada para pelo menos 17 espécies de aves migratórias. Segundo pesquisadores da UFRPE, lanchas e até mesmo ultraleves estão incomodando as aves que utilizam o local. Muito sensíveis à perturbação, atualmente apenas 12 espécies continuam sendo encontradas ali.
[TV Globo] Comerciante cria urubu como animal de estimação. Em Indaiatuba (SP), um urubu está ajudando a desmistificar o preconceito contra sua espécie. Carinhosamente chamado de Loro (!), o urubu encontra-se em liberdade mas como foi criado por pessoas acabou ficando muito manso. Para evitar que alguém lhe fizesse mal, foi criada uma página no facebook para alertar os moradores e contar suas peripécias pela cidade.
[O Povo] De olho nas aves de Baturité. Matéria sobre o lançamento do livro “Guia Fotográfico: Aves da Serra de Baturité”, de Fábio de Paiva Nunes e Ileyne Tenório Lopes. Dentre as 151 espécies incluídas no guia de bolso, 12 encontram-se ameaçadas de extinção.
[ScienceBlogs] A ordem dos piados altera o produto. Neste post do blog Hypercubic, Renato Pincelli comenta um interessante estudo sobre a sintaxe (ou seja, a importância da ordem das “palavras”) das vocalizações de um pequeno pássaro europeu, o Parus minor. O estudo foi publicado no periódico Nature Communications deste mês.
[Natureza e Conservação] Pesquisador busca determinar parentesco de mais de 400 espécies de aves analisando seus ninhos. Este é o tema do doutorado do biólogo Marco Aurélio Crozariol, pesquisador do Museu Nacional da Universidade do Rio de Janeiro. Encontrar informações sobre os ninhos, no entanto, é uma grande dificuldade, uma vez que muitas das espécies das famílias analisadas (Tityridae, Platyrinchidae, Pipritidae, Pipromorphidae e Tyrannidae) sequer tiveram o ninho descrito. O biólogo solicita a ajuda de outros pesquisadores e também de observadores de aves (a matéria inclui uma lista com as espécies que fazem parte do estudo).
No mundo…
[Ruhr-Universität Bochum] Some birds are just as smart as apes. Aves e mamíferos apresentam cérebros anatomicamente muito distintos. Além disso, o cérebro das aves é proporcionalmente menor que o cérebro dos mamíferos. Apesar das diferenças, pesquisadores alemães afirmam que alguns grupos de aves, como os corvídeos e os psitacídeos, podem ser tão inteligentes quanto os primatas.
[Ecology Letters] Worldwide patterns of bird colouration on islands. Neste artigo científico os autores comparam o padrão de cores de espécies de aves encontradas exclusivamente em ilhas e espécies relacionadas (ou seja, “aparentadas”) que vivem no continente. Resultado: espécies que vivem em ilhas são menos coloridas que espécies semelhantes que vivem no continente.
[BirdLife International] Eight million birds killed illegally at 20 Mediterranean locations each year. Pesquisadores ficaram perplexos ao calcular que 25 milhões de aves de mais de 450 espécies são mortas ou capturadas vivas todos os anos na região de Mediterrâneo. A atividade ilegal é ainda mais frequente em 20 localidades de 4 países – Chipre, Egito, Líbano e Síria – que seriam responsáveis por 8 das 25 milhões de mortes estimadas.
[Inrap] Un oiseau dans l’art des origines. Ave esculpida em rocha há mais de 35 mil anos parece o ícone do Twitter! A descoberta foi feita por arqueólogos franceses e publicada no periódico científico Journal of Archaeological Science.
[Época] Pombos são usados para monitorar a poluição do ar em Londres. Durante três dias, pombos carregaram sensores de dióxido de nitrogênio, ozônio e compostos voláteis, cujos dados podiam ser solicitados via Twitter por moradores da cidade, em tempo real. A ação fez parte de uma campanha publicitária da startup PlumeLabs, que está desenvolvendo um aplicativo para auxiliar no combate à poluição do ar.
[The Washington Post] Urban birds may be smarter than their country cousins, new study suggests. Uma pesquisa realizada com pássaros (Loxigilla barbadensis) que vivem na cidade e na zona rural de Barbados indica que as aves urbanas são melhores em resolver problemas. Além disso, aves urbanas também apresentaram sistema imunológico mais forte. O estudo foi publicado no periódico Behavioral Ecology.
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