Em uma terra de concreto, aço e vidro
Onde a natureza foi pavimentada
Encontra-se um mundo oculto
O que atrai estas aves para Nova York?
Este não é um documentário de natureza comum. Não há cenas estonteantes com leões perseguindo zebras ou aves de rapina fazendo manobras incríveis em voo. Você também não vai ver apresentadores atormentando animais peçonhentos/fofos/esquisitos que tiveram o azar de cruzar seu caminho. Birders: The Central Park Effect tem um ritmo leve, agradável. Como uma caminhada no parque.
Todas as filmagens foram feitas nos 3,4 km² do Central Park, um oásis verde dentro da cinzenta ilha de Manhattan. O parque serve de refúgio para 262 espécies de aves, 100 das quais fazem parte do “elenco” do filme (não deixe de ver os créditos no final!). Jeffrey Kimball, produtor e diretor, fez imagens lindas que retratam a vida das aves (e de seus observadores) ao longo das quatro estações. Mas o bacana é que nem todas as cenas são closes fantásticos. Muitas vezes só vemos uma mancha colorida que se mexe por trás de folhas e ramos… exatamente como um observador de aves as estaria vendo na vida real.
As pessoas também são parte importante do documentário. Observadores de aves de todas as idades são entrevistados e tem a oportunidade de dividir suas experiências e sensações. Uma delas é Starr Saphir, famosa guia de birdwatching que continuava em sua atividade preferida ao mesmo tempo que lidava com um câncer terminal. Já idosa, ela faleceu no ano passado. O documentário, lançado em 2012, é um verdadeiro tributo ao seu trabalho.
Infelizmente Birders: The Central Park Effect não foi lançado oficialmente aqui no Brasil. Ele está disponível no Netflix, no iTunes e no GooglePlay, mas sem legendas em português.