Uma breve síntese do que foi notícia no mundo da ornitologia e da observação de aves em Abril de 2016.
No Brasil…
[Centro de Estudos Ornitológicos – CEO] Lançamento da cartilha “Protegendo os Caboclinhos – 10 espécies importantes de caboclinhos“. O projeto tem como objetivo identificar propriedades particulares onde caboclinhos ameaçados de extinção podem ser encontrados e estimular sua proteção junto aos proprietários.
[British Ornithologists’ Union] To know it, is to love it. O texto está em inglês mas é sobre aves brasileiras. No artigo, o pesquisador Ricardo Correia fala sobre a popularidade de alguns grupos de aves que ocorrem no Brasil (tucanos, beija-flores, psitacídeos e pica-paus). Em seu estudo, do qual participaram também outros colaboradores, Ricardo avaliou a frequência com que os nomes populares das espécies aparecem na internet. Esta é uma metologia nova, que faz parte de uma área de estudos chamada Culturomics. Entre os internautas brasileiros, a ave mais citada é o pica-pau-amarelo (influência dos livros de Monteiro Lobato). Entre os estrangeiros, a ave brasileira mais mencionada na web é a Scarlet Macaw (Ara macao, conhecida aqui como araracanga ou arara-vermelha). O estudo foi publicado no periódico Peerj.
[ICMBio] Lançada versão digital do Guia de Aves da Estação Ecológica de Carijós. O guia contém informações sobre as 227 espécies de aves registradas na Esec de Carijós, em Florianópolis (SC). A edição impressa será lançada em Julho, quando a unidade de conservação completará 29 anos de idade.
[Phys.org] Diet affects the evolution of birds. Pesquisadores da USP e da Universidade de Utah analisaram como a dieta influenciou a evolução das aves. Eles descobriram que linhagens de espécies onívoras (aquelas que podem consumir vários tipos de alimentos) apresentam taxas mais baixas de especiação e taxas mais elevadas de extinção. O artigo foi publicado no periódico Nature Communications deste mês.
O maior evento de observação de aves do Brasil – o Avistar – está com inscrições abertas! A 11ª edição acontece entre 20 e 22 de Maio e será no Instituto Butantan, São Paulo – SP.
[National Geographic Brasil] Araras, papagaios, periquitos e cacatuas: o grupo de aves mais ameaçado do mundo. O biólogo Fábio Paschoal, do blog Curiosidade Animal, comenta os fatores ecológicos e sócio-econômicos que estão levando este grupo de aves ao declínio: 28% das espécies de psitacídeos de todo o mundo encontram-se ameaçadas de extinção. Veja também o artigo científico que inspirou o texto, publicado em Janeiro na Biodiversity and Conservation.
No mundo…
Contagem regressiva para o Global Big Day 2016! A segunda edição do evento será em 14 de Maio. Neste dia observadores de aves de todo o mundo saem para passarinhar e registram suas listas no eBird. Os dados coletados serão utilizados por pesquisadores e auxiliam em projetos de conservação. Participe!
[SAVE Brasil] O novo ninho da BirdLife: um lar para conservacionistas. Um grande centro conservacionista foi inalgurado em Cambridge (Reino Unido). O centro leva o nome do renomado ambientalista David Attenborough e abrigará várias instituições que lutam pela conservação, entre elas a BirdLife International, da qual a SAVE Brasil é representante no nosso país.
[BirdLife International] Small bird, big message. Estudo realizado com aves comuns da Europa e América do Norte demonstra que suas populações sofreram mudanças significativas nos últimos 30 anos. Aves como Winter Wren (Troglodytes troglodytes), Dartford Warbler (Sylvia undata) e American Robin (Turdus migratorius) estão deixando regiões mais ao sul, onde o verão está mais quente e seco, e aparecendo em áreas mais ao norte, onde o inverno está menos rigoroso. Os dados sugerem que estas aves podem ser boas bioindicadoras, revelando os efeitos das mudanças climáticas. Os resultados da pesquisa foram publicados este mês na Science.
[Audubon.org] 11 Terrifying Dinosaurs That Rocked Feathers Better Than Birds. Matéria sobre a mais recente exposição do Museu de História Natural de Nova Iorque: Dinosaurs Among Us. Não deixe de ver as belíssimas ilustrações do artista Zhao Chuang, com dinossauros empenados e aves há muito extintas. Lindíssimas!
[National Geographic] Birds on Islands Are Losing the Ability to Fly. Aves que vivem em ilhas estão perdendo a habilidade de voar. Exemplos não faltam: o kakapo (papagaio da Nova Zelândia), o biguá-de-galápagos e o extinto dodo são apenas alguns entre muitos outros. Nos últimos 20 anos a pesquisadora Natalie Wright (EUA) tem pesquisado o fenômeno e explica que há muitas gradações entre aves que voam e aves que não voam. De modo geral, a pesquisadora percebeu que a musculatura responsável pelo voo é reduzida em aves que vivem em ilhas, enquanto suas pernas são proporcionalmente mais longas. A adaptação permite que a decolagem seja impulsionada mais pelo salto do que pela batida das asas.
[BBC News] Pretend puffins installed in Isle of Man to attract real birds. Reportagem sobre a instalação de aves de mentira em uma ilha do Reino Unido com o intuito de atrair as aves reais de volta. Centenas de bonecos de Puffins (também conhecidos como papagaios-do-mar) foram dispostos na costa da ilha numa tentativa de simular uma colônia. Esta espécie desapareceu desta ilha na década de 80, vítima de ratos trazidos pelo homem.
[e-LIFE] Select forelimb muscles have evolved superfast contractile speed to support acrobatic social displays. O artigo científico trata de uma pesquisa realizada com aves da família Pipridae, cujos machos são conhecidos por suas belas e complexas danças para atrair fêmeas. O estudo revelou que estas aves desenvolveram músculos nas asas capazes de movimentos extremamente rápidos, alcançando mais que o dobro da velocidade necessária para voar.

Fuxjager et al (2016). eLife 2016;5:e13544
Saiu o resultado do concurso de fotografias da Audubon.org. Foram mais de 1.700 participantes, com aproximadamente 7.000 fotos inscritas.
Faltou alguma notícia importante? Comente aí em baixo!