Este é um jogo bem conhecido dos professores de biologia. Não sei quem inventou, mas existem muitas referências em sites e livros didáticos. Geralmente esta atividade é utilizada para falar de evolução e seleção natural, comparando os resultados do jogo com as observações feitas por Darwin sobre os tentilhões encontrados nas ilhas Galápagos.
Particularmente, tenho usado bastante esse jogo em atividades mais voltadas para a Educação Ambiental. Adolescentes gostam bastante e essa semana descobri que os adultos também se divertem. Apliquei em uma turma de EJA sem saber muito bem como eles reagiriam e o resultado foi ótimo. Rendeu uma discussão muito rica cheia de questionamentos, além de muitas risadas.
Os materiais utilizados são fáceis de encontrar. Um conjunto de pinças de vários tipos representa os bicos das aves. Você pode conseguir essas pinças em lojas de 1,99. Também dá para usar alicates, tesouras e outros instrumentos.
Para simular os alimentos disponíveis no ambiente, utilizam-se artigos de bijuteria. As lojas do ramo oferecem um variedade enorme de itens, basta garimpar um pouco para encontrar simpáticas aranhas, libélulas, borboletas, joaninhas e até mesmo sapos e lagartos. Miçangas coloridas e de tamanhos diferentes podem representar frutos e sementes.
O jogo é simples. Todos os “alimentos” são misturados em um bandeja. Cada participante fica munido de um “bico” e um copinho de café (ou outro recipiente pequeno). Quando é dada a largada, todos os participantes têm um minuto para “capturar” o maior número possível de itens da bandeja e colocar no copo. Depois, compara-se o resultado de cada um. Pode-se usar uma balança de precisão para pesar cada copinho, ou dar uma nota de 0 a 10 no olhômetro mesmo.
Alguns instrumentos, como o alicate, são bons para pegar objetos de tamanhos variados. Eles representam as aves que podem se alimentar de vários tipos de alimentos. Dizemos que essas espécies têm dieta generalista. Como exemplo temos o bem-te-vi, que come insetos, frutas, pequenos vertebrados e as vezes é visto até mesmo pescando. Aves generalistas conseguem sobreviver em vários tipos de ambientes.
Outros instrumentos, como as pinças de ponta mais fina, só conseguem segurar objetos pequeninos ou com formatos específicos. Eles representam espécies de aves que possuem um bico adaptado para capturar só um tipo de alimento. Dizemos que essas aves têm dieta especializada. As andorinhas, por exemplo, se alimentam de insetos que capturam em pleno voo. Já o coleirinho tem um bico adaptado para comer sementes pequenas. Estas espécies só podem viver em lugares onde existem esses tipos de alimentos específicos.
Uma opção bacana é fazer mais de uma rodada, simulando ambientes diferentes. Dá para comparar os alimentos que podem ser encontrados em uma floresta, em uma cidade e em uma monocultura, por exemplo. Tanto a variedade como a quantidade de recursos podem ser diferentes em cada ambiente. No ambiente urbano geralmente encontramos poucas frutas, mas muitos alimentos de origem antrópica (como migalhas, ração de cachorro, lixo…). Nas monoculturas a variedade de alimentos disponíveis é bem pequena, mas pode haver muita fartura. Algumas aves podem até ser consideradas pragas pelos agricultores.
Na verdade, dá para fazer várias modificações neste jogo. Pode-se comparar a estação seca com a chuvosa, explicando porque algumas espécies migram. Os efeitos de uma queimada, do aquecimento global… Você que é professor, já aplicou este jogo? O que achou?
3 Comentários
Que legal assim fica mais fácil de aprender, tá de parabéns
Muito bom assim e muito mais fácil para responder
Legal gostei uma maneira fácil de entender e compreender