Com ampla distribuição geográfica, a crindiúva é uma árvore que recebe muitos nomes diferentes. Também é conhecida como pau-pólvora, periquiteira, orindeúva, coatidiba… Seus frutos são muito pequenos, eles têm apenas 4,5 milímetros. São tão pequenos que podem ser engolidos por praticamente qualquer pássaro. Na foto acima vemos um sanhaço-do-coqueiro que habilmente seleciona os frutinhos vermelhos (ou seja, que estão maduros) para se alimentar.
O biólogo Ricardo Parrini escreveu sobre a crindiúva em seu livro “Quatro estações“. Nele ele comenta a importância dos numerosos frutos desta ávore como recurso alimentar para a avifauna da Mata Atlântica, principalmente as aves de pequeno e médio porte. Ele cita 57 espécies de aves que se alimentam da crindiúva, entre elas o tuim, o pica-pau-verde-barrado, chibum, suiriri, tesourinha-da-mata, rendeira e diversas espécies de saíras.
A crindiúva é uma árvore que pode chegar a 20 metros de altura. Floresce entre Setembro e Janeiro; frutifica entre Janeiro e Maio. De rápido crescimento, é uma árvore muito utilizada em reflorestamentos. No Brasil encontramos duas espécies de crindiúva, que são extremamente semelhantes: Trema micrantha e Trema mollis. Alguns autores consideram que são uma única espécie, Trema micrantha.
Bibliografia consultada:
Carvalho, P. E. R. (2003) Espécies arbóreas brasileiras: Crindiúva. Vol 1. Embrapa. Acesso em Set. 2023.
Lorenzi, H. (2016) Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Vol. 1. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 384 p.
Machado, A. F. P. et al (2019) Flora da Bahia: Cannabaceae. Sitientibus série Ciências Biológicas, v. 19, n. 14.
Parrini, R. (2015) Quatro estações: história natural das aves na Mata Atlântica: uma abordagem trófica. Technical Books.