O Parque Estadual de Vassununga localiza-se no município de Santa Rita do Passa Quatro, em São Paulo. Com uma área total de aproximadamente dois mil hectares, o parque é dividido em 6 fragmentos. É possível visitar a Trilha dos Jequitibás, que fica no fragmento chamado Capetinga Oeste, e o mirante (este apenas com agendamento prévio), no fragmento Pé-de-Gigante.
Outra opção é fazer uma longa trilha que se inicia junto à trilha dos Jequitibás e leva até um casarão antigo. Mas este é um caminho bem mais fechado, e o mato alto dificulta bastante a caminhada. Percorremos este trecho por cerca de uma hora, mas o calor e os pernilongos (que são muitos!) nos fizeram voltar e deixar para terminar numa próxima oportunidade.
Para os passarinhólogos de plantão, o único problema é que o parque só abre as 8 horas. A mata é fechada e dificulta bastante a observação. No começo não vejo nada, só escuto. Mas eles estão lá, aos montes. Ainda assim, são os macacos que avistamos primeiro. Um grande bando, incluindo uma mamãe carregando o filhote nas costas. E mais mamíferos pela frente: cotias e vários caxinguelês.
Só quando chegamos ao grande “Patriarca” (um jequitibá-rosa milenar, quase no fim da trilha) que consigo encontrar as primeiras aves: arirambas-de-cauda-ruiva (Galbula ruficauda), espécie que se mostrou muito comum ao longo do passeio.
Aos poucos começo a distinguir alguns cantos em meio a cantoria. Alma-de-gato (Piaya cayana), risadinha (Camptostoma obsoletum), fim-fim (Euphonia chlorotica), pipira-da-taoca (Lanio penicillatus), choca-barrada (Thamnophilus doliatus), sabiá-barranco (Turdus leucomelas). Lá longe um tucano-toco (Ramphastos toco) faz barulho, enquanto vários periquitos passam voando por cima da mata. Dois pequenos vultos se movem pelos arbustos e me aproximo. É um casal de patinhos (Platyrinchus mystaceus) e fico muito contente: um lifer para mim!
Lá pelas 11 horas a passarada se cala. Silêncio absoluto na mata. Caminhamos bastante sem encontrar nada. Até que aparece um cabeçudo (Leptopogon amaurocephalus), que pousa num galho baixo e fica nos observando. Me aproximo e ele eriça o topete e canta.
Antes de ir embora, ainda avisto um enorme bando misto, nas árvores próximas à guarita: são bicos-de-prata (Ramphocelus carbo), um piolhinho (Phyllomyas fasciatus), cambacicas (Coereba flaveola) e uma juruviara (Vireo olivaceus). Algazarra total.