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Costanera Sur - Buenos Aires
Passarinhando por aí

Passarinhando em Buenos Aires, Argentina

por Passarinhóloga 27/03/2024
27/03/2024
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Estive em Buenos Aires no final do verão, aproveitando a conexão de um voo ao retornar de uma bela passarinhada em Ushuaia. Quando cheguei o clima estava quente e abafado, e a capital argentina enfrentava uma epidemia de dengue. Tive que percorrer muitas lojas e farmácias até encontrar repelente para insetos, produto que obviamente estava em falta nas prateleiras.

A meta era conhecer a Reserva Ecológica Costanera Sur, o melhor lugar para passarinhar em Buenos Aires. Mais de 340 espécies de aves já foram registradas ali. A reserva fica logo ao lado do famoso Puerto Madero e, considerando-se que está localizada em uma área urbana, é enorme! Também é bastante diferente do que eu esperava, com base nos mapas que tinha visto antes da viagem.

Mapa da Reserva Costanera Sur, em Buenos Aires.

Os mapas ressaltam três lagoas, das quais na prática só dá para reconhecer uma, a mais comprida. As outras duas lagoas encontram-se praticamente secas e boa parte delas foi tomada pela vegetação. Recentemente, um grande circuito de passarelas de madeira foi construída sobre essas lagoas. As passarelas permitem explorar a área sem causar maiores danos ao ambiente e são perfeitas para passarinhar!

Fiquei simplesmente encantada com a quantidade de observadores de aves que encontrei por lá. Havia grandes grupos de estrangeiros acompanhados por guias profissionais, pequenos grupos de argentinos e muitas, mas muitas observadoras solo, caminhando tranquilamente pelo parque e passarinhando por conta própria. Claro, também havia muitos atletas correndo e pedalando, mas como o parque tem alguns pontos estratégicos para parar, sentar e curtir a vista, a multidão não chegou a atrapalhar. Biclicletas não são permitidas nas passarelas, o que também é de grande ajuda.

Laguna de los coipos

É a lagoa comprida que pode ser vista bem na entrada principal do parque, onde há um centro de visitantes. Ela é ótima para observar patos, garças e demais aves que gostam de água. Nos dias em que estive lá havia pequenas embarcações fazendo a limpeza da água, retirando material vegetal que cresce em excesso ali. Os suiriris-cavaleiros estavam numa agitação só, capturando insetos assustados com a movimentação dos barquinhos.

Marrecão (Netta peposaca). O macho é preto com o bico vermelho vivo, a fêmea é amarronzada.
Jaçanã (Jacana jacana).
Suiriri-cavaleiro (Machetornis rixosa).

Laguna de los patos

Atrás do centro de visitantes há um mirante de onde é possível observar bem essa área, que atualmente é um grande charco. Num primeiro momento parece que não há nada ali, mas basta prestar um pouco de atenção e você começa a perceber a movimentação, discreta, de um grande número de animais.

Carão (Aramus guarauna). Pude acompanhar esta bela ave procurando caramujos, abrindo as conchas com o bico e se alimentando, tranquilamente.

Caminhando ao longo da trilha que acompanha o laguna (chamada de “camino de los lagartos”) há vários mirantes de onde é possível observar o charco. Bem no centro dele havia um monte de galhos, sobre e ao redor dos quais tachãs passavam boa parte do dia. Ali também é território de vários gaviões-asa-de-telha, sempre de olho nos filhotes das aves aquáticas. Observei ananaí, irerê, marrecão, galinha-dágua, socó-boi e muitas outras espécies por ali.

Tachãs (Chauna torquata).
Gavião-asa-de-telha (Parabuteo unicinctus), jovem. Foto: Victor Skrabe.
Socó-boi (Tigrisoma lineatum).

A Reserva Costanera Sur também é um ótimo lugar para observar outros animais, além das aves. Na laguna observei o ratão-do-banhado e o cágado-da-lagoa. Por baixo das passarelas, vi passar um gambá-de-orelha-branca.

Ratão-do-banhado (Myocastor coypus).
Cágado-da-lagoa (Phrynops hilarii).
Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris).

Caminhar ao longo das passarelas de madeira foi uma experiência mágica. O circuito é extenso e atravessa diferentes tipos de vegetação. Foi o momento de observar passarinhos como o simpático balança-rabo-de-máscara, o melódico bico-duro e o belíssimo cardeal. Onde a vegetação era mais baixa, dominada por gramíneas cheias de sementes, os papa-capins proliferavam: vi muito coleirinho e tiziu, além de canário-da-terra, trinca-ferro, pintassilgo… Isso sem contar a grande quantidade de andorinhas que sobrevoavam a vegetação.

Balança-rabo-de-máscara (Polioptila dumicola), macho.
Bico-duro (Saltator aurantiirostris), macho.
Cardeal (Paroaria coronata).

Ao redor do centro de visitantes há muitas flores, visitadas por beija-flores-dourados e besourinhos-de-bico-vermelho. Era só aguardar um pouco que eles apareciam.

Beija-flor-dourado (Hylocharis chrysura).

Impossível falar de Buenos Aires e não falar sobre as caturritas, os periquitos mais abundantes da região. Grandes bandos sobrevoavam a cidade, fazendo barulho e chamando a atenção. Lá também encontrei o periquitão-maracanã e o periquito-de-cabeça-preta. Este último não é nativo dessa região da Argentina, onde é considerado exótico. Vi um bando grande deles na reserva.

Caturrita (Myiopsitta monachus).
Periquito-de-cabeça-preta (Aratinga nenday).

Outra ave exótica muito comum em Buenos Aires, inclusive na área da reserva, é o estorninho. De origem europeia, essa ave foi introduzida na Argentina e está aumentando sua população e sua área de distribuição a cada ano. Já existem registros dela no sul do Rio Grande do Sul. Em Buenos Aires vi bandos gigantes, fazendo aquelas acrobacias aéreas lindas (chamadas de “murmurações”), ao final da tarde.

Também aproveitei a estadia em Buenos Aires para conhecer a sede da Aves Argentinas, associação ornitológica que faz parte da BirdLife International. Eles organizam cursos online e presenciais para promover a conscientização sobre a importância das aves e realizam ações pela conservação de várias espécies. Fui super bem recebida lá. A sede é pequena, mas tem uma ótima lojinha com livros sobre aves e natureza. Nem preciso dizer que voltei com a mochila cheia…

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