Em todo o mundo existem cerca de 10.000 espécies de aves conhecidas. Segundo a IUCN, 1.313 delas encontram-se ameaçadas e podem desaparecer nos próximos anos. Outras 130 já estão extintas, e nunca mais serão vistas. O dodô é um dos exemplos mais conhecidos, um verdadeiro símbolo das extinções causadas pelo homem.
Parente próximo dos pombos, o dodô vivia em Maurício, uma ilha que fica a cerca de 800 km de distância de Madagascar, no Oceano Índico. Muito isolada e distante do continente, originalmente não haviam mamíferos nesta ilha. Praticamente sem predadores, os dodôs acabaram se tornando aves grandes e pesadonas, perdendo a capacidade de voar.
Como outros animais encontrados em ilhas isoladas e na ausência de predadores, estas aves agigantadas eram mansas e não tinham medo dos homens que ali começaram a aportar no começo do século XVI. Facilmente capturados, não demorou para que os dodôs entrassem para o cardápio dos marinheiros. Como se não bastasse, porcos e macacos que foram trazidos para a ilha rapidamente descobriram uma fonte fácil de alimento: ovos e filhotes de dodô.
Em um período de tempo muito curto, o dodô estava extinto. O último relato confiável de avistamento de um exemplar vivo foi feito por um holandês em 1662. Hoje tudo que sabemos sobre esta espécie se baseia em alguns poucos esqueletos guardados em museus, além de fontes históricas como documentos e gravuras feitos na época. Acredita-se que era cinzento, com um bico enorme e rosto desprovido de penas.
O canto do dodô, se é que ele cantava, permanecerá para sempre desconhecido, pois nenhum ser humano que tenha deixado um testemunho deu-se ao trabalho de se sentar nas florestas de Maurício e abrir os ouvidos.
David Quammen, O canto do dodô, p. 286
Nome em inglês: Dodo
Família: Raphidae
Tamanho: cerca de um metro (?) e pesando até 20kg, embora estimativas mais recentes sugerem algo em torno de 10kg.
Dimorfismo sexual: machos eram maiores que as fêmeas
Alimentação: frutas (principalmente)
Habitat: florestas
Referências
Angst, D. et al (2011) The end of the fat dodo? A new mass estimate for Raphus cucullatus. Naturwissenschaften 98(3): 233-236.
Quammen, D. (1996) O canto do dodô. Companhia das Letras, 789p.
Livezei, B. C. (2009) An ecomorphological review of the dodo (Raphus cucullatus) and solitaire (Pezophaps solitaria), flightless Columbiformes of the Mascarene Islands. Journal of Zoology 230(2): 247-292.
2 Comentários
Depois que escrevi este post uma amiga me falou de um filme chamado Piratas Pirados. É muuuuito legal! E o capitão pirata tem um dodô como mascote, chamado Polly. Recomendo!
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