Nunca tinha ouvido falar deste parque e ele fica a apenas 50km de São Carlos. Localmente é mais conhecido como “Mata do Procópio”. Não é muito grande, mas levamos algumas horas para percorrer suas trilhas no último sábado. A principal é a Trilhas das Árvores Gigantes, com figueiras, perobas, cedros e jequitibás. Não são tão grandes quanto os jequitibás do Parque Estadual de Vassununga, onde estive no começo do ano, mas a trilha é muito bonita, e mais longa também.
Demos sorte e pegamos um dia nublado, a caminhada estava bem agradável até umas 11h da manhã. A barulheira das cigarras era ensurdecedora, não dava nem para distinguir o canto dos pássaros. Depois, perto do meio dia, as cigarras deram um descanso e começamos finalmente a avistar algumas aves, apesar do calor. Como a mata é bem fechada, foi mais fácil observar as aves do sub-bosque, como o canário-do-mato, choquinha-lisa, choca-do-planalto, patinho e bico-chato-de-orelha-preta.
Fiquei contente mesmo em encontrar uma rendeira, espécie que ainda não conhecia. Aliás, agradeço o pessoal do WikiAves, que me ajudou na identificação. Só vi a fêmea, que é toda verdinha, se o macho estivesse por perto teria sido bem mais fácil!
Na área central do parque, perto do portão de acesso, há um centro de visitantes e muitas árvores, onde paramos um pouco para tomar água e descansar. Ali foi bem mais fácil observar e fotografar aves, já que a vegetação é bem aberta. Peiticas, neineis, lavadeiras-mascaradas, periquitos-de-encontro-amarelo, risadinhas, tesourinhas, tico-tico-rei e muitos outros.
Me surpreendi com a quantidade de teiús! Até algumas brigas entre eles tivemos a chance de observar. Fora as aves, também vimos no parque um tímido macaco-prego.
De volta à mata, ainda conseguimos passarinhar um pouco apesar do horário. No meio da trilha, uma solitária jacupemba se assustou e voou para longe. Próximo ao rio Mogi-Guaçu observamos várias arirambas-de-cauda-ruiva, um teque-teque, bicos-de-prata e um sovi. Em vários pontos era possível escutar pica-paus batendo o bico contra a madeira das árvores, mas não foi nem um pouco fácil encontrá-los. De relance, consegui ver um pica-pau-de-banda-branca.
Num último descanso no centro de visitantes, antes de encarar a estrada e voltar para São Carlos, ainda deu tempo de avistar um casal de caneleiros-de-chapéu-preto que procurava material para construir ninho.
O passeio valeu a pena e pretendo voltar. Com certeza a área abriga uma rica avifauna. Triste foi ver o parque totalmente às moscas, apesar de ser bem estruturado e muito bem cuidado. Acredito que fomos os únicos visitantes durante todo o dia. Para quem se animar a conhecer o lugar, um aviso: telefone antes para a administração! No site da Secretaria do Meio Ambiente o horário de visitação era das 9 às 17h. Quando chegamos lá descobrimos que aos sábados é só a partir das 12h… Sorte que o pessoal deixou a gente entrar antes disso, ou teríamos perdido a viagem.
2 Comentários
Gostei muito do seu relato sobre a passarinhada no parque de Porto Ferreira. Boas dicas, muito útil. Obrigado.
Preciso voltar lá Rubens, este parque é ótimo para observar aves!