Quando ouvi falar deste filme pela primeira vez, fiquei contente por saber que o birdwatching – levado tão a sério nos EUA e na Inglaterra – finalmente havia chamado a atenção de Hollywood. Mas, ao tomar conhecimento do trio escolhido para viver os personagens principais (Jack Black, Steve Martin e Owen Wilson) fiquei preocupada. Esperava uma comédia, bobinha na melhor das hipóteses. Não sei se minhas baixas expectativas ajudaram, mas a verdade é que me surpreendi com o filme.
A história gira em torno de três birdwatchers de carteirinha, que estão participando de uma competição chamada The Big Year. Este evento existe de verdade, e já é tradição antiga por lá. Vence quem registrar o maior número de espécies de aves ao longo do ano, dentro do território americano. O bacana é que o filme trata justamente do que há por trás da competição: o que motiva cada personagem. The Big Year acaba se tornando uma espécie de ano sabático para cada um deles, um momento para pensar na vida, rever conceitos e planejar metas pessoais. Pena que o filme não se define nem como comédia nem como drama, na minha humilde opinião ficaria mais interessante se essas questões tão humanas fossem um pouco mais aprofundadas.
Não conheço muito da avifauna norte americana, assim ficou difícil avaliar até que ponto o filme é fidedigno. Segundo o pessoal do The Cornell Lab (veja aqui e aqui) houve uma grande preocupação em mostrar detalhes do verdadeiro “mundo dos birdwatchers” (no caso, em sua concepção norte-americana, incluindo referências à pessoas que são famosas por lá). Gostei muito dos lugares escolhidos para as passarinhadas e fiquei particularmente encantada com as paisagens e as aves de Attu, uma ilha no Alaska.
Claro que eu não poderia deixar de comentar o personagem vivido por Jim Parsons (o queridíssimo Sheldon de The Big Bang Theory), um blogueiro que escreve sobre birdwatching… Não te faz lembrar de alguém? Rsrs!