Último relato das minhas passarinhadas pelo Peru. Esse passeio foi organizado pelo IX Congresso de Ornitologia Neotropical. O lugar é lindo, mas como foi difícil chegar lá. Foram quatro horas de ônibus, numa estrada praticamente à beira de um precipício. A cada curva uma aventura! Se fiquei morrendo de medo na ida, com o dia amanhecendo, imaginem a volta num breu completo… Enfim, sobrevivemos!
A Estación Biológica de Wayqecha é uma instalação bem bacana para pesquisa científica, dentro do Parque Nacional del Manu. O parque é enorme, abrangendo várias fitofisionomias. A estação localiza-se num ponto bem interessante, onde ocorre uma transição entre a vegetação mais seca, característica de montanha, e uma vegetação mais úmida, típica de florestas tropicais. Assim, numa caminhada de apenas meia hora, conforme fomos descendo em direção ao vale, mais úmida e densa ficava a floresta. Algo muito bonito de se observar.
Logo na chegada foi possível avistar várias aves, como o zorzal-grande, que eu já conhecia lá da Trilha Inca. Outras facilmente observadas foram o pincha-flor-de-garganta-negra (Diglossa brunneiventris) e o saltador-de-pico-dourado (Saltator aurantiirostris). Esse aí, da foto abaixo, não consegui identificar. Encontrei logo na entrada do parque.
Infelizmente o resto do passeio não foi tão produtivo. Chegamos muito tarde, os passarinhos já estavam amuados. Uma pena, visto que a biodiversidade da região é bem grande. Mesmo assim, a caminho das passarelas (recentemente inauguradas para observação de aves de dossel), encontramos três pavas-andinas! Me realizei!
Voltando para a estação, depois de uma boa chuvinha, ainda deu para observar lá longe um tangara-de-montaña-de-vientre-escarlate (Anisognathus igniventris) e um bando de agitados tangaras-de-montaña-emcapuchada (Buthraupis montana). O tamanho dessas aves impressiona, elas são bem maiores que os traupídeos mais comuns aqui no Brasil.