Faz quatro anos que incluo o Festival Aves de Paraty no calendário de eventos aqui do blog. Todos as vezes eu ficava planejando ir e acabava não conseguindo. Mas este ano finalmente deu certo. E eu ADOREI cada minuto que passei lá!
Paraty é lar de mais de 450 espécies de aves, muitas delas endêmicas da Mata Atlântica. Só isso já é motivo suficiente para visitar a cidade e explorar os arredores. Mas se der pra fazer isso durante o festival, melhor ainda! É uma oportunidade perfeita para aprender mais sobre observação de aves, conhecer pessoas que compartilham deste gosto por bicho livre e natureza, além de poder passarinhar em boa companhia.
Este ano a maior parte das atividades do festival aconteceram no Morro do Forte. Duas belas exposições aguardavam os visitantes lá. Do lado de fora, as ilustrações dos naturalistas Spix e Descourtilz (do século XIX) convidavam a uma reflexão sobre a importância dos primeiros exploradores.
Lá dentro a exposição “Beleza Ameaçada”, do fotógrafo Tony Genérico, destacava aves brasileiras em movimentos congelados pela lente da câmera. Uma explosão de cores!
Durante o festival foi lançado o Guia Aves de Paraty 4, que veio para complementar os demais guias lançados nos festivais anteriores. O passarinho na capa do guia é o formigueiro-de-cabeça-preta (Formicivora erythronotos), ave símbolo desta edição do festival. Esta espécie passou 100 anos desaparecida, até ser redescoberta em 1987 na região de Paraty. Criticamente ameaçado de extinção, o formigueiro-de-cabeça-preta é um exemplo das várias espécies de aves que podem desaparecer (para sempre) por causa dos desmatamentos e fragmentação de seu habitat natural.
Durante os três dias do evento haviam tendas com diversas atividades para crianças e suas famílias. Com foco na Educação Ambiental, o festival convidou a comunidade paratiense a descobrir as aves que são suas vizinhas. Teve teatro de fantoches, leitura de livros, exposição de desenhos, caminhadas para observar aves e até mesmo uma demonstração de anilhamento de aves.
A Associação Cairuçu, que organiza o festival, promove a mais de ano um projeto chamado “Aves da Minha Escola”. O projeto é muito bacana e pretendo falar especificamente dele num próximo post. É muito inspirador!
Atualmente a internet preenche muito tempo na vida de um observador de aves: postamos fotos no Wikiaves, compartilhamos listas de espécies no e-Bird, trocamos ideia com outros observadores no Facebook. Mas nada como ver essas pessoas cara a cara! Durante as palestras e passarinhadas tive a oportunidade de conversar com muita gente bacana. Fotógrafos, biólogos, guias, educadores, autores de livros… Gente que observa aves há muito tempo e também gente que acabou de começar.
E claro, não poderiam faltar passarinhadas! Mesmo com chuva um grande grupo se reuniu na Fazenda Bananal, onde pudemos observar muitas espécies típicas de Mata Atlântica. Neste dia não tirei fotos, mas depois aproveitei duas visitas ao mangue para fazer alguns registros. O lugar é ótimo para observar aves limícolas!
Foram três dias muitos especiais lá em Paraty. Muito obrigada Sylvia Junghahnel, Daniel Cywinski, Luciano Lima e todos os responsáveis por fazer o Festival Aves de Paraty acontecer! Foi lindo!