O sequenciamento do genoma da Arara-macau pode ajudar pesquisadores a responder perguntas importantes sobre a biologia das aves, além de contribuir para a conservação da espécie.
A Arara-macau (Ara macao) ocorre na América do Sul e na América Central. Aqui no Brasil ela é encontrada principalmente na Amazônia, onde também é conhecida como Araracanga ou Arara-vermelha. Cuidado para não confundir com a Arara-vermelha-grande (Ara chloropterus), que tem penas verdes onde a Arara-macau é amarela. Outra diferença é a face branca, que na Arara-vermelha-grande é decorada com estrias vermelhas, formadas por minúsculas penas.
O genoma da Arara-macau foi sequenciado por uma equipe de pesquisadores da Texas A&M University, cujos resultados foram publicados na revista PLOS ONE, em Maio deste ano. Foram catalogados cerca de um bilhão de pares de bases, o que corresponde a um terço do tamanho do genoma de um mamífero. Isto já era esperado. Mamíferos apresentam muitas sequências de DNA repetidas, sem nenhuma função conhecida. As aves, por algum motivo, tem um genoma mais “enxuto”.
Os dados coletados nesta pesquisa servirão de base para outras. Segundo o Dr. Ian Tizard, um dos objetivos agora é entender porque as araras têm vidas tão longas. Elas podem viver entre 50 e 75 anos, o que é bastante em comparação com outras espécies de aves. Além disso, araras são animais muito inteligentes e vivem em grupos sociais complexos. Análises preliminares do genoma sugerem que elas têm uma grande quantidade de genes envolvidos com o desenvolvimento do cérebro.
A ave selecionada para ter seus genes sequenciados foi uma fêmea chamada “Neblina”. Em 1995, ela foi apreendida nos EUA, durante uma operação contra o tráfico de animais silvestres. Acredita-se que sua origem é brasileira. Atualmente, Neblina vive em um Zoológico em Des Moines, Iowa.
As araras pertencem à família Psittacidae, da qual também fazem parte os papagaios e os periquitos. Esta é uma das famílias de aves com maior número de espécies ameaçadas em todo o mundo. A Arara-macau ainda não se encontra ameaçada de extinção, mas sabe-se que sua população está diminuindo. As principais causas são os desmatamentos, que estão reduzindo seu habitat natural, e o tráfico.
Referências:
1 Comentário
Olá! Parabéns pelo site!
As informações são bem selecionadas e explicadas!
Atenciosamente,
Viviane