A primeira passarinhada do ano foi no Parque Municipal Luis Latorre, em Itatiba (SP). Foi uma bela surpresa descobrir um parque urbano tão grande e tão bem cuidado aqui na região. E com tantas aves! Dá para encontrar uma variedade razoável de espécies vivendo nos lagos, brejos e também no bosque. Outra vantagem é que o parque abre às 6h, horário perfeito para a observação de aves.
Entrando no parque e contornando os lagos (principalmente o segundo lago, que tem mais vegetação ao redor) não tem como não reparar na enorme quantidade de pássaros pretos e laranjas que cantam bonito e fazem a maior arruaça. São machos de garibaldi (foto da capa do post). As fêmeas também estão lá, mas são mais discretas, de plumagem marrom.
Com um pouco de observação descobrimos que os lagos servem de casa para muitas outras aves. Algumas estão ali por causas dos peixes, como a garça-branca-grande, o socozinho e os martins-pescadores.
Outras estão mais interessadas na vegetação aquática e nos pequenos invertebrados que ali se escondem. É fácil encontrar frangos-d’água e patinhos ananaís (também conhecidos como pés-vermelhos) nadando na água. Machos e fêmeas de frango-d’água são idênticos, mas os ananaís apresentam dimorfismo sexual. O macho tem o bico vermelho, enquanto a fêmea tem o bico cinza escuro e duas manchas brancas na cabeça. É muito comum ver o casal nadando junto.
Agora em Janeiro encontramos muitas aves jovens, que nasceram há pouco tempo. Deu para ver jaçanãs de todas as idades, com diferentes plumagens! O que não muda é o tamanho do pé, que, consideradas as proporções, já é enorme mesmo nos filhotes.
E não são só as aves que aproveitam a vida tranquila lá nos lagos. O ratão-do-banhado deu um show. Não me lembro de ter visto este mamífero tão de perto antes (só no zoológico). Geralmente são bem mais tímidos e fogem assim que você se aproxima. Na foto não dá pra ver, mas o ratão-do-banhado tem membranas entre os dedos, o que facilita a locomoção na água.
No bosque encontramos saí-canário, pia-cobra, peitica, figuinha-de-rabo-castanho, entre muitas outras… Acredito que com um pouco mais de tempo dá para encontrar várias espécies de aves ali, mas acabei me empolgando com as aves no lago, maiores e mais fáceis de fotografar. A lista completa das espécies que vimos está no Táxeus.
Às 10 horas da manhã o sol já estava forte e começamos a pensar em voltar. No caminho ainda encontramos essa freirinha fêmea. De longe ela lembra uma lavadeira-mascarada (espécie muito comum no parque) mas quando você chega mais perto percebe que a freirinha é mais cabeçuda e tem a parte de baixo do bico (a mandíbula) amarela. O macho é inconfundível, preto com a cabeça branca. É uma espécie muito legal de encontrar, pois é mansa e permite muita aproximação. Fizemos um verdadeiro book fotográfico dela!
Na volta paramos no Café com História, um lugar muito bacana que fica perto da entrada do parque. Construído com containers pintados de laranja, não tem como errar. Comidinhas gostosas e um ótimo atendimento.