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Passarinhando por aí

Passarinhando em Praia do Forte – BA

por Passarinhóloga 28/02/2020
28/02/2020
4,4K

Estive em Salvador no começo de Fevereiro para fazer um curso. Claro que aproveitei a oportunidade para passarinhar por lá, afinal esta foi minha primeira visita à Bahia. Alguns dias antes da viagem procurei indicações num grupo do Facebook e conheci a querida Rose, que deu dicas valiosas e ainda me apresentou a outros observadores de aves da região. E com esta turma animada fui conhecer as aves de Praia do Forte!

Elvira, Lorena, Dêner, Rose e eu. E tá faltando gente nesta foto!

A passarinhada começou bem cedo no Parque Municipal Klaus Peters. Uma trilha limpa e muito bem cuidada permite percorrer grande parte dos 254 hectares protegidos pelo parque, que foi criado em 2008. A paisagem é de restinga, vegetação adaptada aos solos arenosos encontrados no litoral. A restinga compreende tanto áreas cobertas por plantas rasteiras como áreas com vegetação mais arbustiva e arbórea (como a mata que aparece na foto acima), abrigando uma rica biodiversidade. Infelizmente, o crescimento das cidades tem sido responsável pela destruição de extensas áreas de restinga no litoral brasileiro.

Bacurau-de-asa-fina (Chordeiles acutipennis).

Mal chegamos no parque e já me mostraram o local de descanso do bacurau-de-asa-fina, à margem da lagoa Timeantube. Deu gosto poder vê-los tão de perto! Os bacurais (também chamados de curiangos) são aves de hábitos noturnos, que se alimentam de insetos. Ficaram famosos após o lançamento do filme Bacurau no ano passado, mas muita gente nunca viu um, embora existam várias espécies no Brasil.

Sabiá-da-praia (Mimus gilvus).

O sabiá-da-praia é uma ave muito comum no litoral brasileiro, mas que só ocorre do Rio de Janeiro para o norte. Como moro em São Paulo, esta foi a primeira vez que pude ver a espécie! Ele é bastante parecido com o sabiá-do-campo. As duas espécies pertencem ao gênero Mimus e na verdade não são sabiás propriamente ditos (repare que são muito diferentes do sabiá-laranjeira por exemplo, que pertence ao gênero Turdus). Mas o nome popular pegou. Em inglês as aves do gênero Mimus são chamadas popularmente de Mockingbirds, pois têm a habilidade de imitar o canto de outras aves.

Choca-de-sooretama (Thamnophilus ambiguus). Fêmea à esquerda, macho à direita.
Papa-formiga-pardo (Formicivora grisea), macho.

A choca-de-sooretama e o papa-formiga-pardo são pássaros da família Thamnophilidae. Em geral esta família apresenta dimorfismo sexual, que é quando o macho é visualmente diferente da fêmea. Nos tamnofilídeos, os machos costumam ter a plumagem em tons de preto e cinza, e as fêmeas são mais castanhas. No Parque Klaus Peters vimos um casal de choca-de-sooretama. Macho e fêmea de chocas costumam andar juntos, o que facilita bastante a observação das diferenças entre os sexos.

Surucuá-de-barriga-vermelha (Trogon curucui).

Encontramos este surucuá-de-barriga-vermelha bem perto da ponte que aparece na primeira foto. As duas imagens são do mesmo indivíduo. A foto da esquerda ficou mais bonita, mas inclui a foto da direita para mostrar a barriga vermelha que dá nome a esta ave. Os surucuás são aves relativamente grandes (aproximadamente 24 cm) e com um colorido muito vivo, sempre me impressiono ao encontrar um. Fazem seus ninhos dentro de cupinzeiros, no alto das árvores.

Besourinho-de-bico-vermelho (Chlorostilbon lucidus).

Este beija-flor é um velho conhecido, extremamente comum em todo o Brasil com exceção da Amazônia. Recebe o nome “besourinho” pois é muito pequeno e sua cor verde-brilhante lembra a carapaça de um besouro. Estava super ocupado alimentando-se do néctar de flores diminutas e nem se importou com os fotógrafos.

Picapauzinho-pintado (Picumnus pygmaeus), fêmea.
Arapaçu-de-bico-branco (Dendroplex picus).

Quase no final da caminhada consegui, com a grande ajuda do Dêner, ver estas duas espécies que são comuns na região: o picapauzinho-pintado e o arapaçu-de-bico-branco. Ele já havia me apresentado estas aves em Salvador quando visitamos o Parque da Cidade, alguns dias antes. Mas lá não eu não havia conseguido fazer nenhum registro fotográfico decente.

Depois do Parque Klaus Peters seguimos para o Aruá Hostel, onde passarinhamos mais um pouco. Para mim foi a chance de observar o pica-pau-ocráceo (Celeus ochraceus), primo do pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens) que sempre vejo na capital de São Paulo. Vou ficar devendo a foto, ele ficou escondido no alto da copa. Mas todo mundo pode ver de pertinho a grande preguiça-de-coleira, visitante assídua do hostel!

Preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus).

Para fechar a passarinhada fomos até o restaurante Terroir do Axe, que mantém um comedouro. As frutas atraem pipiras-pretas, sanhaços, fim-fins e uma diversidade de saíras.

Pipira-preta (Tachyphonus rufus), macho.

Só tenho a agradecer pelo convite para passarinhar em Praia do Forte e pela ótima companhia! Amei cada minuto que passei na Bahia e não vejo a hora de voltar!

Foto da capa: rapazinho-dos-velhos (Nystalus maculatus)

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2 Comentários

Maria Lucia 28/02/2020 - 20:50

Adorei suas explicações. Eu, que não entendo nada de observações de pássaros, tive a oportunidade de conhecer varias espécies interessantes de pássaros que não veria aqui em São Paulo mesmo que frequentasse esse tipo de caminhada. Obrigada Natalia.

Resposta
Marta Valenca 29/02/2020 - 10:51

Nao conheço pássaros porém admiro e acho belíssimos pelas cores e pelo cantos. Como sou arquiteta gosto de observar as cores e ensinamentos que a natureza nos ensina

Resposta

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