Sempre que planejo uma viagem, mesmo que o objetivo principal dela não seja observar aves, pesquiso um pouco sobre o lugar em busca de oportunidades para passarinhar. Geralmente abro o mapa de hotspots do eBird em busca de alfinetes laranjas ou vermelhos, que indicam os lugares com mais espécies registradas. Quando soube que iria para Cascavel fiz isso. Foi um a decepção. Não havia absolutamente nenhum hotspot dentro da área urbana. Nadica de nada.
Isso não quer dizer que não existam locais adequados para observar aves em Cascavel. Significa apenas que nenhum usuário do eBird sugeriu um hotspot ainda. Por sorte visitei uma amiga que gosta de corridas e caminhadas e ela me levou até o Lago Municipal de Cascavel, localizado dentro do Parque Ecológico Paulo Gorski. O lago foi inaugurado em 1984 e é o cartão postal da cidade. A pista de caminhada ao seu redor tem mais ou menos quatro quilômetros de extensão e é bastante arborizada, atraindo muitas aves. Além disso, uma parte do lago faz divisa com uma área de preservação (mas acredito que o acesso seja restrito).
A gente foi caminhar no lago pela tarde, num horário que nem é muito propício para observar aves. Estava muito quente, mas caiu uma chuvinha leve que amenizou o calor e deu para aproveitar bastante. Ao todo registrei 34 espécies de aves e tenho certeza de que essa é só uma pequena amostra das espécies que podem ser encontradas por lá.
Comecei fazendo apenas uma lista simples, despretensiosa. Nem estava tirando fotos. Até que avistei um martim-pescador-pequeno tão próximo que não resisti e tirei a câmera da mochila. O nome faz jus ao seu tamanho: são só 19 centímetros de passarinho. Metade do comprimento do martim-pescador-grande, que fotografei logo depois com um peixe no bico (é a foto de capa deste post). Lá no Lago de Cascavel também encontrei o martim-pescador-verde, que tem um tamanho intermediário entre essas duas espécies.
Claro que não faltaram aves que gostam de ambientes aquáticos: biguás, ananaís, socozinhos, socós-dorminhocos, galinhas-d’água… Também vimos carcarás, carrapateiros, guaxes, além de algumas de aves migratórias (que em breve estarão voando para o norte, onde invernam) como as tesourinhas e os suiriris.
Claro que depois desta passarinhada logo sugeri que o lago fosse considerado um hotspot no eBird. Por enquanto ele é apenas um discreto alfinete azul, com poucas espécies registradas, mas espero que em breve outros observadores de aves passem por lá e publiquem suas listas. Alimentar plataformas colaborativas como o eBird é algo simples, mas de extrema importância. As informações reunidas nestas plataformas viabilizam muitos tipos de pesquisas, além de estimular a visitação de nossos parques e demais áreas verdes públicas!
3 Comentários
Gostaria de sugerir um local para observação de pássaros aqui no PR. Tem muita diversidade. Como faço para contatar?
Qual é o lugar, Maria Clarice? Aqui no blog eu comento um pouco sobre lugares onde já passarinhei, e é sempre bom receber dicas de novos lugares pra visitar!
Maria Clarice, eu passarinhei em Antonina Paraná. Lá tem 485 espécies de aves diferentes; Passarinhei também em Rancho Queimado em Santa Catarina, lá também tem muita diversidade;