O Monumento Natural Los Pingüinos fica no estreito de Magalhães e é formado por duas ilhas, Marta e Magdalena. O lugar é habitado por uma grande colônia de pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), espécie considerada “quase ameaçada” pela IUCN. Na ilha Magdalena, que é aberta para visitação, podem ser encontrados mais de 60 mil casais durante o período reprodutivo.
Para chegar lá é preciso ir até Punta Arenas (Chile) e agendar uma excursão. De Outubro a Março há saídas diárias, de terça a domingo.
Na ilha, os visitantes têm uma hora para percorrer um caminho demarcado, que vai até o farol. Faz frio e o vento é muito forte, mas todos esquecem do desconforto no momento em que avistam os pinguins. Eles não têm medo nenhum e ficam bem pertinho dos turistas. Andam de lá para cá, nadam na água gelada, brigam, cuidam dos filhotes ou dormem tranquilamente… como se ninguém estivesse olhando.
O pinguim-de-magalhães faz seu ninho em um buraco escavado no solo. A fêmea coloca dois ovos brancos, que são incubados por cerca de 40 dias. Pai e mãe dividem o trabalho de cuidar e alimentar os filhotes. Não há dimorfismo sexual, mas os machos podem ser um pouco maiores que as fêmeas. Os jovens têm uma plumagem mais acinzentada, que gradualmente fica negra e branca como nos adultos.
Das quatro espécies de pinguins que aparecem no litoral brasileiro, o pinguim-de-magalhães é a mais frequente. Todos os anos muitos jovens saem das colônias onde nasceram e migram enormes distâncias em busca de alimento: peixes, crustáceos, pequenos polvos e lulas.
Além dos pinguins, outras aves podem ser encontradas na ilha. As mais abundantes são as gaivotas, que também nidificam no local. Em alguns lugares a densidade de ninhos é impressionante!
Não tão comum, o mandrião-chileno (Stercorarius chilensis) também pode encontrado na ilha. Visto de longe, ele era um pontinho marrom em um mar de gaivotas e pinguins.
Antes de ir embora, pertinho do barco, encontramos esta “remolinera araucana” (Cinclodes patagonicus). Ela procurava alimento entre as pedras da praia.
Foi uma grande realização conhecer a ilha e ver de pertinho tantos pinguins, bicho que eu só conhecia de visitas a museus e zoológicos. Fiquei lembrando de várias passagens do livro da Dyan DeNapoli, que fala sobre o resgate de 40.000 pinguins africanos (Spheniscus demersus, parentes próximos dos pinguins-de-magalhães) após um derramamento de petróleo em 2000.
O passeio dura apenas uma hora (se eu pudesse ficava lá o dia inteiro!) mas valeu cada segundo. Recomendo muito! É algo mágico estar tão perto destas criaturas incríveis e não ser temido.
Para saber mais sobre o Monumento Natural Los Pingüinos, visite o site da CONAF.
Para saber mais sobre os pinguins-de-magalhães, sugiro este link da UFRGS.