Pra quem não faz ideia do que estou falando, o Avistar Brasil é uma grande feira/congresso/reunião de amigos que acontece todos os anos em Maio, lá em São Paulo. Até 2014 o Avistar acontecia no Parque Villa Lobos, mas desde o ano passado sua nova casa é o Instituto Butantan. Nada mais apropriado, o lugar é bárbaro para observar aves e o pessoal do Observatório de Aves do Instituto Butantan tem realizado um trabalho muito bacana divulgando a observação de aves no já tradicional #vempassarinhar.
Este ano o Avistar chegou em sua 11ª edição. Do lado de fora, a belíssima exposição sobre o trabalho dos naturalistas Spix e Descourtilz convidava a uma reflexão sobre a importância dos primeiros exploradores na construção do conhecimento sobre a biodiversidade de nosso país. Perdeu a chance de ver a exposição? As litografias foram retiradas de livro Avium species novae quas in itinere annis 1817-1820 per Brasiliam e esta obra histórica está disponível para download no site archive.org.
Lá dentro, um monte de stands com tudo que observador de aves gosta: informações turísticas, livros, fotografia, camisetas, ongs, artesanato… Fico imaginando quantas passarinhadas foram planejadas debaixo daquela lona, durante os três dias de Avistar Brasil.
A criançada também teve seu espaço garantido no evento, com várias atividades planejadas só para elas, como a já tradicional construção do ninho de joão-de-barro (deu gosto ver a molecada suja de terra da cabeça aos pés!). Também teve muita Roda de Passarinho durante o Avistar, esta atividade gostosa, educativa e tão inspiradora criada pelo Renato Rizzaro e a Gabriela Giovanka.
Quem participou do congresso Avistar descobriu uma infinidade de palestras acontecendo simultaneamente. Estava difícil decidir qual assistir, de tantas opções e de tanta gente bacana que foi convidada para falar. De observação de aves para iniciantes até assuntos mais técnicos, como as mudanças (constantes) nos nomes científicos das aves, teve palestra para tudo quanto é gosto. Muitos autores também compareceram para falar de seus livros mais recentes, como a Martha Argel (Aves do Brasil – Mata Atlântica do Sudeste), Freddy Pallinger (Tucanos e Araçaris Neotropicais) e a Tietta Pivatto (Passarinho e outros pios, que já estou lendo e logo mais coloco o link da resenha), entre muitos outros.
Particularmente, dois momentos foram muito emocionantes e fizeram um contraponto interessante. No sábado pela manhã John Fitzpatrick (do laboratório de ornitologia da Universidade de Cornell) quase levou o público às lágrimas quando mostrou uma gravação do canto do huia, ave que hoje encontra-se extinta. Algumas horas depois o biólogo Rafael Bessa emocionou um auditório lotado ao revelar a espécie que redescobriu recentemente aqui no Brasil: a rolinha-do-planalto não era vista desde 1941!
Mais que tudo, o Avistar é um grande encontro de pessoas. Todos os anos tenho a oportunidade de rever velhos amigos, conhecer gente nova, falar cara-a-cara com colegas que só conhecia das redes sociais, trocar figurinha e planejar novas passarinhadas. Como diria uma grande amiga (que não é passarinheira mas me acompanha em todas as edições do Avistar), teve bom!
3 Comentários
Boa tarde, meu nome é Kena Principe, tenho 10 anos e moro na floresta amazônica. Meus pais trabalham com turismo, escalam até a copa das árvores para fotografar a natureza, e eles desejam participar do próximo avistar 2017. Estou começando aprender ornitologia e quero ser passarinhologa.
Gostei do seu blog e espero conhecer você no próximo avistar.
Aguardo sua Resposta, Kena.
Oi Kena,
ADOREI seu comentário! Será um prazer conhecê-la, adoraria ouvir suas histórias sobre a amazônia, conheço muito pouco desta região. Nos vemos no Avistar!
Olá, te agradeço muito por sua resposta, acompanharei seu blog
Abraço