Repare na foto acima. É um ninho de joão-de-barro. A entrada do ninho não é centralizada, ela está mais para a direita. Mas se você olhar a foto abaixo, de outro ninho, poderá observar que neste caso a entrada está à esquerda. Por que será? Esta diferença seria um mero acaso? Uma preferência da ave que construiu o ninho? Ou será que chuva, vento e outros fatores ambientais influenciam na arquitetura?
Para resolver o enigma, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Buenos Aires, na Argentina, está investigando o comportamento do joão-de-barro (que por lá é conhecido como hornero) na construção dos ninhos. O desafio é grande, tão grande quanto a área de distribuição da espécie, que abrange cinco países: Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Para poder amostrar o maior número de ninhos possível em uma área tão extensa, os biólogos do Projeto Hornero resolveram pedir a ajuda das pessoas, numa iniciativa muito bacana de Ciência Cidadã. Para isso, criaram um aplicativo que pode ser baixado gratuitamente e que permite que voluntários registrem os ninhos de joão-de-barro que localizarem. O app já está disponível em português e pode ser encontrado na Google Play e na App Store.
É bem fácil cadastrar ninhos com o aplicativo. Não é preciso ser biólogo e nem entender de passarinhos. O primeiro passo é ficar em frente ao ninho de joão-de-barro. Daí é só clicar no símbolo (+) na tela inicial do app e responder algumas perguntas, todas muito simples (basta selecionar a alternativa que melhor descreve o ninho em questão). O mais complicadinho é indicar o ponto cardeal da entrada do ninho, mas o app tem uma bússola que faz quase tudo sozinha. É só apontar o celular para a abertura do ninho (com a tela do celular voltada para cima) e clicar em “salvar”. Por último, o aplicativo vai solicitar que o ninho seja fotografado (com o próprio celular) e depois vai registrar a localização automaticamente, via GPS. Pronto!
Já testei o aplicativo e registrei vários ninhos de joão-de-barro aqui perto de casa. A princípio parecer complicado, mas não leva nem dois minutos por ninho. Me parece uma atividade interessante para fazer junto com crianças. No Brasil, o joão-de-barro é extremamente comum nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Bora participar?