Museus muito grandes me deixam entediada rapidamente. Geralmente prefiro aquelas exposições menores, mais focadas em um tema ou em um artista específico. Mas minha relação com museus de história natural é completamente diferente. Poderia passar horas e mais horas explorando essas coleções, desvendando minuciosamente cada detalhe. E foi exatamente o que fiz quando visitei o Museu de História Natural de Nova Iorque.
O AMNH (American Museum of Natural History) tem quatro andares com exposições permanentes sobre zoologia, paleontologia, antropologia, geologia e astronomia. É tão grande que não tenho certeza se passei por todas as alas. O setor de fósseis é simplesmente fantástico e só ele já valeria a visita. Crianças e adultos piram com a quantidade de esqueletos de dinossauros e outros animais pré-históricos. Mas este é um blog sobre aves então vou focar nas exposições sobre ornitologia, ok?
Atualmente o museu conta com três exposições permanentes sobre aves: aves do mundo, aves da América do Norte e aves da cidade de Nova Iorque. As duas primeiras são no formato de dioramas. Olha só um exemplo na foto abaixo:
Dioramas são representações feitas neste formato de “janela”. Por trás do vidro há uma montagem super detalhada com aves taxidermizadas, ninhos, plantas, pedras… O fundo é uma pintura que se mistura com os detalhes dos primeiros planos do diorama, criando a sensação de profundidade. Os animais são taxidermizados em posições realistas, simulando ações como caçar, brigar, cuidar dos filhotes, etc. Desta forma, um diorama pode nos mostrar em detalhes como é o ambiente onde a espécie em questão vive, do que ela se alimenta, quais são seus predadores.
Alguns dioramas são tão realistas que você fica esperando o bicho começar a respirar e se mexer. Não é a toa que fizeram aquele filme Uma Noite no Museu. Dioramas devem ter sido uma grande inspiração para o roteiro. Aliás, o primeiro filme é justamente sobre o AMNH.
A exposição sobre as aves de Nova Iorque não é tão grandiosa como as outras. A maioria das aves estão taxidermizadas de forma mais científica, em posições não tão artísticas como as aves utilizadas nos dioramas. Não é tão bonito, mas a ideia aqui é retratar a variedade de aves já registradas na cidade, tanto no presente como no passado.
Como sempre dá aquele gelo ver aves que já estão extintas. Estes aí embaixo são pombos-passageiros, espécie que já foi extremamente abundante, inclusive em Nova Iorque. O último pombo-passageiro morreu em um zoológico em 1914. Já tinha visto esta espécie no Museu de História Natural de Londres, mas é sempre um choque.
Além das exposições permanentes, o AMNH tem exposições temporárias. Quando fui dei sorte, haviam inaugurado há pouco tempo a Dinosaurs among us. Esta exposição ficará aberta até o final deste ano.
O objetivo desta exposição é mostrar a relação entre aves e dinossauros. Afinal as aves são uma linhagem de dinossauros que sobreviveu até os dias de hoje. Por isso não podia faltar um monte de exemplos de dinossauros com penas, essa característica que mostra de forma tão evidente o vínculo entre eles e as aves (que podem ser consideradas dinossauros modernos).
Além das penas, os dinossauros também tinham alguns comportamentos similares aos das aves, como o cuidado com os filhotes.
A exposição Dinosaurs among us é pequena mas muito bem bolada. O material de apoio desenvolvido pelos organizadores também é fenomenal. Eles disponibilizaram um guia com os temas abordados na exposição para auxiliar os professores e uma série de atividades para os alunos, adaptadas para diferentes faixas etárias (está tudo em pdf neste site, em inglês). Genial!
Para saber mais sobre o AMNH, visite o site do museu.