O Museu de História Natural de Xangai foi reaberto ao público em 2015. Seu novo prédio tem um design super arrojado, que usa e abusa de formas mais “orgânicas”. Na foto acima dá para ver parte de uma bela parede de vidro inspirada na aparência de tecidos celulares. Com 30 metros de altura, ela permite que a área interna receba bastante iluminação natural. A arquitetura, por si só, já vale a visita a este museu.
A exposição, que ocupa cinco andares, começa por uma ala que mostra a diversidade da vida. Há animais taxidermizados e vários modelos produzidos com plástico/resina. Depois a exposição segue por um pequeno zoológico, com peixes, anfíbios e répteis vivos.
Sem dúvida, a exposição sobre Paleontologia é a mais interessante e completa. Um grande número de fósseis reais e de réplicas permitem acompanhar os caminhos evolutivos dos seres vivos mais primitivos até os dias de hoje. Mas o que rouba a atenção das crianças (e dos adultos também) são os animatronics de dinossauros. Esses robôs realizam movimentos sutis, como o piscar de olhos e o balançar da cauda, que tornam a experiência muito interessante! Dois dos animatronics apresentavam movimentos mais elaborados: um T-Rex e um Oviraptor protegendo o ninho.
Gostei bastante da organização do setor de Ornitologia. Embora a maioria das aves taxidermizadas estivessem empoeiradas e desbotadas, as demais exposições foram muito bem boladas. Havia uma exposição super didática sobre a forma e a função dos bicos e dos pés das aves. Foi feita somente com modelos e réplicas, mas achei muito instrutiva.
A coleção de ninhos de aves é lindíssima! As ilustrações que acompanham cada ninho ajudam muito na compreensão. Aliás, esse museu usa e abusa de ilustrações científicas, em várias de suas exposições.
Alguns museus que visitamos na China não estavam preparados para receber turistas ocidentais. Quase nada estava disponível em inglês. Por sorte isso não foi um problema no Museu de História Natural de Xangai. Praticamente toda a sua coleção dispunha de textos explicativos bilíngues. Mas é claro que fiquei reparando nas etiquetas de identificação dos exemplares taxidermizados mais antigos, escritas a mão em mandarim. Só dá para entender o nome científico e o sexo do bicho! A foto abaixo é da etiqueta de um Temminck’s tragopan (Tragopan temminckii), uma ave nativa da China que pertence à família dos faisões.
De modo geral o Museu de História Natural de Xangai tem uma exposição bem completa, levamos umas três horas para ver tudo. Há muitas telas digitais e pouca interatividade, mas o museu oferece várias opções de atividades mais “mão-na-massa” para os grupos escolares. Li alguns relatos de visitantes equiparando este museu ao Museu de História Natural de Londres e ao Museu de História Natural de Nova Iorque. Discordo, mas acho que é uma comparação injusta, pois o museu de Xangai é muito menor.