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Passarinhando por aí

Passarinhando em Quito, Equador

por Passarinhóloga 11/05/2018
11/05/2018
1,9K

Com apenas 283 mil km² (aproximadamente o tamanho do estado do Rio Grande do Sul) o Equador é um dos 17 países com maior biodiversidade do planeta. Mais de 1.600 espécies de aves podem ser encontradas lá, com destaque para cerca de 130 espécies de beija-flores. Não é à toa que Quito é conhecida como a capital dos colibris (palavra de origem guarani), também chamados de “quindes” (em quechua) ou “picaflores” (em espanhol).

Em Quito há beija-flores por todos os lados: representados em estátuas gigantes, murais coloridos e todos os tipos de souvenirs. Um pouco mais difícil é encontrar um beija-flor de verdade voando na área urbana, o que pode ser frustante para alguns turistas (li relatos de visitantes bastante decepcionados com isso, principalmente europeus que nunca viram um beija-flor, pois esta família de aves existe apenas no continente americano). O problema é que Quito é uma cidade pouco arborizada, então é preciso ir até os parques para poder observar aves. Há vários parques urbanos e não tive tempo de conhecer todos, mas se o objetivo é ver beija-flores acho que o Jardim Botânico de Quito é uma das opções mais interessantes. Existe também a alternativa de fazer um tour rápido até Mindo, um vilarejo próximo de Quito e que é um verdadeiro paraíso de beija-flores (logo mais coloco aqui o link para o post sobre Mindo, aguardem!).

Aves do jardim botânico de Quito, Equador
Esquerda: Colacintillo colinegro | Black-tailled Trainbearer (Lesbia victoriae). Direita: Pinchaflor enmascarado | Masked Flowerpiercer (Diglossa cyanea).

O Jardim Botânico de Quito fica dentro do Parque La Carolina, numa área bem central da cidade. O jardim não é grande, mas é muito simpático e bem organizado. Sua grande estrela é o Colacintillo colinegro, esse beija-flor de cauda desproporcionalmente comprida da foto acima. Não é difícil encontrá-lo no jardim, mas é preciso bastante atenção. Pequeno e verde, ele desaparece quando pousa no alto de uma árvore. O pinchaflor da foto à direita não é um beija-flor, mas também se alimenta do néctar das flores.

Mais fácil de ver por lá é o Orejivioleta ventriazul (também conhecido como Quinde Herrero). Ele é lindíssimo e a foto abaixo não chega nem aos pés de suas cores vibrantes.

Sparkling violetear
Orejivioleta ventriazul | Sparkling Violetear (Colibri coruscans).

Na bilheteria do jardim botânico é possível comprar um mini-guia das aves que podem ser observadas lá. São mais de 100 espécies registradas, entre elas muitas migratórias. Também tem algumas velhas conhecidas dos brasileiros, como o tico-tico, o risadinha, o quiriquiri, o pintassilgo e a pomba-de-bando.

Great thrush
Mirlo grande | Great Thrush (Turdus fuscater), sabiá muito comum no Parque La Carolina.

Quer ver aves completamente diferentes daquelas encontradas nos parques urbanos de Quito? Não é preciso ir muito longe. Subimos de teleférico até o lado leste do vulcão Pichincha, a quase 4 mil metros de altitude. A vista é deslumbrante (se as nuvens não atrapalharem) e dá para ter uma boa ideia do tamanho da cidade, que é muito maior do que eu imaginava.

Quito - vista do alto do teleférico
Quito, vista do alto do vulcão Pichincha.

Lá em cima a temperatura cai um pouco e encontramos aves que preferem ambientes mais abertos, como a Remolinera Ecuatoriana. Existe uma trilha de alguns quilômetros até o cume do vulcão, mas como chegamos no final da tarde andamos apenas um pequeno trecho. Sofri bastante com a altitude, me sentia extremamente cansada, então foi uma caminhada bem lenta…

Stout-billed cinclodes
Remolinera Ecuatoriana | Stout-billed Cinclodes (Cinclodes excelsior).

Encontramos muitas aves na trilha, e coelhos também! Várias placas lembravam os visitantes de que os animais não devem ser alimentados.

Plumbeous sierra finch
Gorrión Paramuno | Plumbeus Sierra-finch (Geospizopsis unicolor).
Plain-colored seedeater
Semillero Andino | Plain-colored Seedeater (Catamenia iornata).

Partindo de Quito é possível visitar vários pontos turísticos próximos, em tours que duram o dia todo. Participamos de uma excursão até o vulcão Cotopaxi, que fica a apenas 70 km de Quito. A caminhada até o refúgio José Rivas, localizado na base do vulcão, não me agradou muito. É extremamente cansativa por causa da altitude, encontramos gente demais na trilha e a paisagem permaneceu encoberta a maior parte do tempo pelas nuvens.

Mas o vulcão fica dentro do Parque Nacional Cotopaxi e a região é linda. Há alguns poucos bosques nativos que restaram e a maior parte da área protegida é coberta por uma vegetação rasteira andina conhecida como “páramo”. Chegando no parque, a primeira ave que avistamos foi um condor, que voava lá no alto, pertinho do cume do vulcão.

Carunculated caracara
Caracara Paramuno | Carunculated Caracara (Phalcoboenus carunculatus).

Ao final da excursão (que não era específica para birdwatching) fizemos uma parada rápida em uma das pequenas lagoas que existem no parque: a Laguna de Limpios. Foram apenas uns 10 minutos ali, mas foi a parte que mais gostei de todo o passeio. Haviam muitas aves na água ou perto dela: carcará-carunculado (Phalcoboenus carunculatus), quero-quero-andino (Vanellus resplendens), gaivota-andina (Chroicocephalus serranus), carqueja-andina (Fulica ardesiaca) e pato-andino (Anas andium).

Andean lapwing
Pellar Andino | Andean Lapwing (Vanellus resplendens).

A estadia em Quito foi curta e espero poder voltar um dia, a cidade é muito mais interessante do que eu esperava. Mas nosso verdadeiro destino era Galápagos, o famoso arquipélago que tanto impressionou Charles Darwin. Logo mais conto como foi visitar estas ilhas fantásticas!

Em tempo: a foto que ilustra este post é de uma das muitas gárgulas que enfeitam a Basílica el Voto Nacional, no centro histórico de Quito. A foto mostra uma fragata (ou tesourão), mas também há gárgulas de atobás, biguás, iguanas, tartarugas gigantes e outros representantes da fauna equatoriana, com destaque para os animais endêmicos de Galápagos.

Referências

El colibrí: ave emblemática de la capital de los ecuatorianos (El Telégrafo, 12/10/2016)

El colibrí, un emblema natural de Quito (El Comercio, 21/02/2011)

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