Este foi, definitivamente, o melhor museu de história natural que já visitei. Acho que fui até lá três ou quatro vezes, numa mesma semana, e ainda assim não sei dizer se explorei todos os setores com a devida atenção. Como é grande este museu! E bonito. Só pela arquitetura o passeio já teria valido o passeio. Passei um tempão reparando nos detalhes, como as dezenas de pequenas estátuas de animais que adornam as janelas (dá para encontrar até pterodátilos!). Mas o museu é ainda mais grandioso por dentro. Logo ao entrar você se depara com um enorme hall, que direciona os visitantes para as exposições. No patamar da escada, lá no fundo, Darwin está observando tudo, imortalizado em uma estátua branca.
Claro que fui direto para a ala de zoologia, à procura das aves. A coleção de exemplares taxidermizados é extensa, com representantes de todo o mundo. Dá um verdadeiro arrepio ver a vitrine com espécies extintas ou ameaçadas. Lá você encontra o pombo-passageiro (Ectopiste migratorius), uma espécie que era muito abundante na América do Norte e foi extinta no início do século XX por causa da caça. Também está lá o Carolina Parakeet (Conuropsis carolinensis), o curioso Huia (Heteralocha acutirostris) e uma reprodução do Dodo (Raphus cucullatus). Entre as espécies ameaçadas, o Temminck’s Tragopan (Tragopan temminckii) da Ásia, e o Zazapo (Strigops habroptila), da Nova Zelândia.
As vitrines sobre anatomia comparada eram muito didáticas, mostrando em detalhes a constituição do esqueleto e os diferentes tipos de penas. Mas incrível mesmo foi a exposição temporária Animal Inside Out, criada por Gunther Von Hagens e sua equipe. Por meio de uma técnica de plastificação, corpos de animais foram preparados para mostrar detalhes impressionantes de sua anatomia interna. Imagine observar todos os músculos de um elefante, ou os vasos sanguíneos que irrigam um tubarão. Dois avestruzes representavam a classe das aves. Infelizmente, fotos não eram permitidas, mas é fácil encontrá-las no Google.
Outra exposição temporária que valeu a pena foi sobre a expedição de Scott para a Antártica. O inglês queria ser o primeiro homem a alcançar o pólo sul, mas ao chegar lá descobriu que o norueguês Roald Amundsen havia realizado o feito pouco antes. Pior: Scott e seus companheiros não sobreviveram à viagem de volta. O que poucas pessoas sabem é da importância desta expedição para a ciência. Entre os materiais coletados, estão três ovos de pinguim-imperador. Na época acreditava-se que eles permitiriam provar a relação entre aves e répteis. Não foi bem assim, mas os ovos são considerados uma verdadeira relíquia hoje. A história completa você pode ler nesta matéria do The Guardian.
Outros setores abordam botânica, paleontologia, evolução… Muito bacana é o “cocoon”, uma construção futurística utilizada para explicar como cientistas da natureza realizam experimentos e fazem descobertas. Alguns pequenos laboratórios do museu ficam ali, e os visitantes podem observar o trabalho dos funcionários através de um vidro. Dá até para fazer perguntas para eles. Além dos objetos expostos, há um rico material disponível em telas interativas, tudo muito didático.
A entrada no Natural History Museum é gratuita, apenas as exposições temporárias são cobradas. Para saber mais, visite o site do museu.